domingo, 22 de março de 2009

´´ Just 'cause you feel it doesn't mean it's there``



Me arrepiei. Sério. Não que faça a adolescente loka por ídolos, mas seguindo a mesma linha: foi irado, brother!

Não ia ao show. , R$ 200 pratas, fim de mês... Paguei R$ 300 pra ver a namorada de Jesus e só a vi pelo telão. Sim, foi incrível, mas R$ 300 são R$ 300. Decidida estava a beber num boteco na noite de sexta até voltar do bandeijão da firma. Pra quem não sabe, trabalho aqui no Rio num prédio mt próximo à Pça da Apoteose. No último plantão praticamente ouvi todo o set list de Iron Maiden na passagem de som.

Bom, mas na sexta, ao entrar na redação ouvi algo mt familiar: os primeiros acordes de There There . Sim, gte tá tocando! Caralho!!! Radiohead fazendo serenata no meio da tarde. Agora vou ter que ir, disse.

me virei nos trinta. Ou melhor em R$ 150 e comprei o ingresso.

Primeiro Los Hermanos, blasé, low profile e entediados como sempre, mas com um naipe de metais de outro mundo. Depois, Kraftsguenis, por mim totalmente dispensável. E, finalmente, os ingleses!!!!!!!!!! Na segunda ou terceira música, não me lembro por causa da chapação etílica, ouço Thomas Edward "Thom" Yorke pronunciar: There There

IEAH!

Cara, entrei em transe, olhos fechados, deixando que aquele som, que já foi trilha para tantas aventuras e desventuras, se apossasse de mim. Parece estranho, mas foi assim que me senti: servindo de cavalo pra que a música tomasse conta da minha pele. Uma viagem incrível. E, não, não havia tomado nada além de cerveja. Se humana fosse, Alice certamente escolheria There There como tema de suas andanças pelo País das Maravilhas. Soturno, sombrio e lascivo.

O resto foi ótimo tb. E eles até tocaram Creep (sim, eles tocaram!). Ouvi já lá de longe, assim como está longe aquele tempo em que ouvia a letra cantada por um grande amor que o tempo levou. definitivamente, naquele tempo Alice não existia. Ou estava apenas adormecida...

´´ Just 'cause you feel it doesn't mean it's there``

segunda-feira, 16 de março de 2009

A primeira vez que não te vi

A primeira vez que não te vi não percebi aquele seu olhar atravessado, enviezado
Na direção do nada
Na direção do tudo
A primeira vez que não te vi não pisei na sua sombra sem disfarçar meu acanhamento
Sorri ao vento
Com batom nos dentes
A primeira vez que não te vi não esbarrei em sua perna e não pedi desculpas, não disse adeus
Até breve
Até nunca mais
A primeira vez que não te vi gostei da sua boca proferindo palavras tolas
Ferindo a língua
Em frases vãs
A primeira vez que não te vi entendi seus pensamentos ordenados em fichas de tópicos
Com acentos
E defesas
A primeira vez que não te vi não acreditei em fantasmas do passado presente
Em tempo
cronológico
A primeira vez que não te vi não aceitei facilmente seus elogios e questões
Esporádicas
Misteriosas
A primeira vez que não te vi nao olhei pra fotografia que fez de si mesmo ao
Se esconder
No espelho
A primeira vez que não te vi te reconheci por seus medos e receios
De se abrir
De existir

sexta-feira, 13 de março de 2009

Volta, Alice!

Alice, o que houve?
Po, caí num buraco, topei com o dedo num paralelepípedo e fui parar na fila do SUS.
Td isso procurando o gato?
Nada... o gato sempre me dá rasteiras
Já devia ter se acostumado
E eu lá me acostumo? Meu negócio é permanentemente correr atrás desse gato adepto de substâncias ilícitas
oi?
só pode né? já viu aquele sorriso trincado?
é um desenho, Alice...
Então tb sou, oras.
Não, vc é diferente. Mas penso que deve estar meio trincada ao subir no lustre tb.
eu gosto de me imaginar na tela do cinema
vc e seus devaneios de mocinha
prefiro heroína...
vc tá mais pra vilã, eu acho
Não tenho maltratado ng nos últimos tempos...
Pq quer...
Não, pq não quero.
Vc sempre gostou...
Estou diferente, to dizendo.
Quaresma...
É, minhas artimanhas já não surtem efeitos
bombásticos...
calóricos...
Empíricos
Que falta faz um rodamoinho
Era Doroty, Alice
Somos primas.
Ela ao som de Pink Floyd. Eu, de Radiohead. Quer ver?
Alice, desce do lustre!