segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

E eu finalmente estou aqui

Noutro dia, disse a uma amiga que a gente sabe quando será a última vez que dormimos com alguém. Não sei qto a vcs. Mas eu sempre soube escutar o silêncio do adeus iminente. Ele acontece num carinho diferente, num abraço ou numa simples frase: "que bom que a gente proporcionou prazer um ao outro". Poderia passar batido. Poderia soar como algo romântico. Mas não foi. No fundo, eu sabia o que aquilo muito provavelmente queria dizer. Podia ser inconsciente. Mas era uma manifestação. Seja ela qual fosse. Simples. Era.
Na última vez que nos vimos não nos proporcionamos o tal prazer. Apenas o de ficar junto. Mas não era mais a mesma coisa. Existe uma confluência quando a gte quer muito o outro. Mas quandonao desejamos mais aquilo que pensamos desejar durante tanto tempo, surgem as questões. E a questão pra mim já era o que eu estava fazendo ali. Por que ainda estava jogando uma partida perdida.
Dali a dias, aconteceria o game over.
Provoquei uma resposta que não veio objetivamente. Mas, nas entrelinhas a ouvi. E por mais estranho que pareça, junto veio um alívio. Agora é 100% não. Mas 100% sim pra recomeçar do zero.
Nos últimos seis meses, me diverti muito. Tive dezenas de boas noites de sexo, que não foram apenas sexuais. Cheguei a fazer planos. Pensei em futuro. Quando, na verdade, eu sabia que nem havia presente.
O passado, no entanto, foi bom. Mas me sinto liberta de alguma forma. Liberta da necessidade de ter alguém pra chamar de seu. Liberta do se. Pq se é uma tormenta lenta, um maremoto que chega sorrateiro e nunca vai embora. Se é um talvez sem chance de sim. Entoa, pra nao ser exato, pq ser inóquo?
Este não é um post de mágoa. Mas de constatação. Não é de desilusão. Mas de reprogramação. Quero um tempo só meu. Só pra mim. Me sinto num renascer. Com um profundo amor por mim e pelas coisas que conquistei e pela pessoa que me tornei. Não quero virar as costas pra mim e pras coisas que sinto. Mas tb não sei se quero abrir a guarda tao cedo outra vez. Um dia de cada vez. Um só por hoje para as coisas que não estao legais. Os doze passos pra felicidade plena. E um adeus sincero ao que já não faz parte da vontade.
Que a próxima última vez seja pra recomeçar do ponto de partida. Com alguém que valha novamente a pena. Tudo o que foi, mesmo sem ter sido tudo, foi válido.
Acabou.
Mas não é uma pena.




a letra diz algo assim:

Eu finalmente vou amar hoje
Eu finalmente vou me libertar
E eu finalmente achei a chave
Mas eu não vou cedê-la facilmente

Hoje é um novo dia
Um novo dia para começar novos caminhos
Mas estou fazendo isto por mim
Faz algum tempo desde que me senti livre

Custou algum tempo para eu chegar lá
E estou pegando uma lembrança
Parece que não há nada que eu deva temer
Quando tudo agora parece tão claro

E eu finalmente estou aqui

Estou finalmente me pondo em primeiro lugar
E não me importa se isso pode doer
É hora de rastejar para fora da minha concha
A concha dura que uma vez eu construí

Custou algum tempo para eu chegar lá
E estou pegando uma lembrança
Parece que não há nada que eu deva temer
Quando tudo agora parece tão claro

E eu finalmente estou aqui

19 comentários:

Juliany Alencar disse...

Eu me sinto exatamente como você, Alice. Mas com uma grande diferença: namorei cinco anos com essa pessoa. Porém, chegou o meu limite. Constatei que não haveria futuro, e resolvi renascer e aproveitar meu tempo comigo mesma.

T. disse...

Nem sempre o fim é ruim.
As vezes quando acaba a gente se liberta para um novo recomeço, que provavelmente será mais feliz.

Estamos sempre nessa vida de idas e vindas.

E se não fosse assim, qual seria a graça?

Lua disse...

Que desabafao, intenso. Gostei muito e essa vida é assim, dias bons outros nao muito. Mas a esperança nao podemso perder e virar a pagina é preciso de vez em quando mesmo!

Brigada por ter gostado do meu texto, e será sempre bem vinda lá,

beijos!

Tati disse...

Isso aqui foi honesto demais. Honesto na medida que se admira alguém só pela franqueza desmedida. E acho que somos meio parecidas mesmo: seja via confessionário, seja por exercícios literários [que na verdade é tudo a mesma coisa] a gente conta a vida como a sentimos. E é o que vale.

P.S.: devo a visita de corpo presente, e acho que vai ser bem divertido!

Fred Matos disse...

Até hoje estou pendurado no lustre esperando que você volte.
Seu texto é ótimo.
Ótimo carnaval.
Beijos

Anônimo disse...

Ai querida Alice... ler nas suas palavras sentimentos parecidos com os meus de certa forma me confortam...
saudades do lustre, saudades de vc...

mudei meus dominios... passe em casa, estou te esperando...

http://nuciferaemflor.blogspot.com/

Marcella Sarubi disse...

nossa! me identifiquei muito! vivi a mesma coisa, por quase o mesmo período e senti o silencio que antecipa a inevitável separação. puxa, como é bom saber que outras pessoas também sentem as mesmas coisas. a gente fica se sentindo menos só no mundo: )
Beijos

dri disse...

"Liberta da necessidade de ter alguém pra chamar de seu".
Foi a primeira coisa que pensei para tomar uma iniciativa, perceber que na verdade nada ali era meu, o meu corpo já não me pertencia a muito tempo. Mas precisou vir a chuva em um dia ensolarado para que eu tivesse aquela vontade de descobrir o que havia no final do arco íris, um pote de ouro? Ainda não sei, mas o que importa é que decidi ir atrás de novos ares.

Mulher Paraense disse...

oi Alice, fiquei um tempo "fora de área", mas estou de volta, amo seu blog.
bjsbjs

Mulher Paraense disse...

**Feliz dia da mulher**
Ontem meu marido e eu demos o 1° passo rumo a separação. Me sinto aliviada, já que ele, assim como eu percebeu que estamos dando "murro em ponta de faca".
Sei que será muito dolorido, mas sinto uma necessidade enorme de ser feliz e com ele já não da mais.
bjs

Mulher Paraense disse...

saudade de seus posts...
quais as novidades?
bjsbjs

Marii Magalhães disse...

Amei o texto.. eu terminei.. o fim não foi triste.. não pra mim.. mas foi pro amor.. 'não acabou o amor, só o compromisso'.. mas é assim.. finais são tristes.. têm lágrimas, sorrisos, arrependimentos.. mas acredite.. passa.

Carrie disse...

eu me senti assim quando estava prestes a terminar com o ex.
nada era mais o mesmo! pior ainda, eu virava para o outro lado na mesma cama e chorava baixinho imaginando que o problema fosse eu, e não era.
um dia, simplesmente acabou.

Gustavo Martins disse...

Bom... Pelo menos voltou a escrever pro blog, né?

Rupturas causam vontades de novos e melhores começos.

Te encontro, também, no @minicontosperv. tá?

Fernando Rocha disse...

Talvez o grande problema das relações seja depositar no outro a esperança de felicidade, quando na verdade a felicidade parece ser algo solitário, embora paradoxal, felicidadse é algo que devemos conseguir sozinhos.
Mas há uma concepção romântica, calacada inconscientemente no mito do andrógino, de que estamos todos pela metade, à procura de uma alma gêmea.
www.neuroticoautonomo.zip.net

Liliana Rosa disse...

Cadê você? Passo sempre por aqui para ver se acho uma postagem nova!!!!
Beijinhosss

10Temidos disse...

Texto ótimo!gostei!

Anônimo disse...

where are you dear?!

► JOTA ENE ◄ disse...

ººº
Acredita que as Alice's me perseguem, pq será? rs