domingo, 23 de novembro de 2008

O mito romântico

Imaginemos uma vida em comum para Romeu e Julieta...

Julieta - , Romeu, bebeste de novo? Não há um dia em que não vais à taberna. Quanto azar o meu.

Romeu - Ó criatura, não percebes que odeio discutir quando estou de ressaca?

Julieta - Tu bem sabes, ó Romeu, que há meses estou sufocada. Não aguento mais pensar e rimas e em palavras rebuscadas para justificar nossa convivência mal fadada. E tu vens cheirando a vinho barato, deixa esse monte de roupa jogada no chão, pões suas galochas em cima da mesa, e queres o controle remoto só para ti...

Romeu - Julieta, tu que já fostes minha amada, agora não passas de uma mulher grossa e mal-humorada. Sem falar que engordou, não se cuida como deveria. Pra não dizer que me negas sexo e estou subindo pelos alpendres...

Julieta - E chega de rima, caralho! Não aguento mais ter de pensar em tempos verbais e em palavras que já sumiram do dicionário.

Romeu - Se não estás feliz por que não desces do castelo e se vai?

Julieta -Epaaaaaa! Seu Montequiozinho de merda. Tá esquecendo que quem financiou esse castelinho aqui fora meu pai???? E ele tinha razão, Ó Deus. Não devia ter me envolvido com vós. Mas, veio com aquele papinho de lábios de peregrino, e eu caí... Aiiiiiii, como sou burra viu. A gente não devia ter mudado o curso de uma história que deveria existir por gazilhões de anos. Todo mundo ia acreditar que seríamos felizes para sempre. Quem mandou enganar o escritor e não tomar a porra do veneno?

Romeu - A idéia e enganar William foste tua, lembra-se? Tal qual a mulher engana a Deus e o diabo...

Julieta - Ah Romeu, sejas homem de uma vez. Wiliam fez coisas melhores depois. Ninguém mais engolia aquele choro, o desepero ao me ver deitada e sacar o veneninho do bolso pra me acompanhar até a eternidade. Agora, tu não vais comigo até a esquina.

Romeu - O enganado fui eu, ó serpente! Na literatura não havia referência a sua TPM. Tu eras uma flor, uma pequena muito doce. Agora, virou esse sargento de corselet.

Julieta - Romeu, vc era um EMO!!! O mundo é outro agora. Não se chora mais por amor, entendes? Chora-se pela queda das bolsas, os EUA elegeu um negro para presidente. Em que tempo vives?

Romeu - Mas eu não quero mudar. Quero continuar fazendo meus versos, e morrendo de amor no fim, como deveria ser. Mulher, tens mania demais! Queres tudo. Vc me amava como eu era. Bastou o matrimônio para que queiras me modificar. É sempre assim, os homens casam, querendo que suas mulheres jamais mudem, e as mulheres se casam crendo serem espertas o bastante para mudá-los.

Julieta - Está vendo? Você deve estar lendo Martha Medeiros aos domingos.

Romeu - E sou crucificado pela minha sensibilidade? Que mal há em querer continuar do mesmo jeito que nasci? Eu gosto de beber nas tabernas, gosto de ver o Vasco na TV, choro no Arquivo Confidencial do Faustão, aprecio as mesas redondas, detesto lavar louça, não sou bom em DRs como você. Custa deixar-me em paz no sofá?

Julieta - Muito me custa, Romeu. Quero o divórcio.

Romeu - Estás usando aquela erva de novo? Não temos divórcio neste reino, insana criatura. Pegue seu escorpião de estimação e cala-te. Quem sabe desta vez para todo o sempre...

Julieta - Vou para casa de minha mãe. Tu tens duas semanas para arrumar um lugar. Vou vender este castelo e com a metade vou correr mundo, ser livre, Romeu. Não quero mais ficar presa a um mito romântico e neste caso semântico.

Romeu - Então vá, enquanto a minha prece eu executo. Mas não aporrinhe-me mais. Com minha metade vou encher a adega de vinho, comprar uma TV de plasma com tantas polegadas que a quilômetros saberão o que assisto, vou pegar umas putas e comê-las-ei a hora que quiser. E se mais alguma mulher atravessar meu caminho com lábios que tentam me absolver, preferirei ser condenado ao pecado até o fim dos meus dias.

Julieta - Pára de drama, ô palhaço. Me vou agora. Não me procure mais, esqueça meu nome e o endereço do meu jardim. Serei livre para viver o que eu quiser. Quanto a vc, morra!

Romeu - Já fizemos isso, lembra?

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

retrato falado

A mim me foi dada a tarefa. Então pra satisfazer a curiosidade alheia (leia-se homem do café), lá vai:

Versão: Alice ainda mora aqui 3.6 com airbags e direção hidraúlica
Nome: Alice no lustre
Idade: Cronológica? 243.
Local de nascimento: Wonderland
Peso: às vzs nos ombros
Altura: A de algum lustre por aí
Apelido de infância: Não tive infância
Qual sua melhor qualidade: Fantasiar
E seu maior defeito: Pensar demais
Qual a característica mais importante em um homem: me fazer rir
Qual a característica mais importante em uma mulher: rir de si mesma sob qq circunstância
Qual sua idéia de felicidade: Comer qq coisa sem engordar
E o que seria a maior das tragédias: cair do lusre e morrer
Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo: mas e se eu não for eu?
E onde gostaria de viver: no cinema
Qual sua cor favorita: uma aquarela pra poder misturar
E seu desenho animado: Não gosto de desenho
Quais são seus escritores preferidos: os irônicos
E seus cantores e/ou grupos musicais: sou volúvel
O que te faz feliz instantaneamente: dançar
Quais dons você gostaria de possuir: o teletransporte e ler pensamentos
Qual seu personagem de ficção favorito: Alice
Qual defeito é mais fácil de perdoar: a preguiça
Qual é o lema de sua vida: se joga
Qual a sua maior extravagância: champagne pra celebrar a vida
Qual a sua viagem preferida: a que ng pode ver ou tocar
Se pudesse salvar apenas um objeto de um incêndio, qual seria? minha carteira
Onde e quando foi mais feliz: dava um longa com pitadas de Almodóvar, Allen, Bertolucci e Trufault
Qual sua ocupação favorita: a ficção
Pensa em ter filhos? Não
Animal de estimação: não tenho habilidade com eles
Uma atividade fisíca: escrever
Um esporte: a ironia
Um prato que sabe fazer: feito
Uma comida que gosta: qq uma que possa conseguir telefonando
Uma invenção tecnológica sem a qual não vive: elevador
Gasta mais dinheiro com: táxi
Uma inabilidade: relaxar
O que não faria em nome da vaidade? interlace
Uma mania: observar as pessoas e achar que sei a história de cada uma
Uma saudade: dos meus avós
O primeiro beijo: essencial para os próximos

domingo, 9 de novembro de 2008

Azulei


Pulei.
No mar.
Desestressei.

Banhada em azul turquesa.

Azul de Iemanjá.

Azul Atlântico.

Azul pacífico.

Azul de Arraial.




quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Uma semana que durou duas

Estresse por causa do trânsito
Estresse por causa da gripe
Estresse por causa de grana ou a falta dela
Estresse por causa de rabalho
Esresse por causa de amigos, inimigos, ex e atuais frentes
Estresse por causa da mãe que não encontra depósito na conta
Estresse por causa do técnico do computador
Estresse com segurança que me barrou em evento
Estresse pq não consigo respirar direito

Vou ali me jogar da janela e já volto.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Sem depois

Nem quero pensar no depois.
Depois de amanhã. Depois de partir. Depois de ficar.
Porque algumas manhãs foram cinzas antes.
Antes de ontem. Antes de chegar. Antes de sair.
E antes de anteontem foi tão bom com quem veio depois.
E depois do que veio. E se foi. Assim tb tão bom.
Sem raciocinar. Sem racionalizar. Sem verbalizar.

sábado, 1 de novembro de 2008

Samba coação

Te vi na fotografia
Um 3x4 desfocado
Meu coração descompassado
Bateu com certa alegria
Me perguntei por que não?
Porque não é sempre desculpa
E o sim depende do assim dizer
Mas no devaneio momentâneo
Decidi te escrever
E descrever sobre meus planos
De querer te conhecer
Bisbilhotei seus gostos
E deu gosto de ver
Que assim como eu
Você sabe viver
Nas rodas de bambas
Na cadência dos sambas
Em boa companhia
Nos bancos do botequim
Ah, pobre de mim...
Que faço rima chinfrim
Pra demonstrar simpatia
Descobri muito em comum
De Chico a Cartola
Meu queridíssimo Paulinho da Viola
De todos, me surpreendi com um
"Ora, ele gosta de rock e
frequenta o tal Bukowski"
Mas é no samba a sua raiz
E, desculpa, se meti o nariz
Onde nem fui chamada
Mas achei que era roubada
Não tentar ser ao menos descarada
Pra dizer que você me agrada
Em ritmo de batucada
Enquanto havia tanto pra ver
Um pensamento me conduzia
E sem qualquer diplomacia
Pensava: te quero e vou ter!
* Não, não tive! Mas ficou o poeminha retrátil.

Noite das bruxas

A gata solta: Qual a boa de hj? Alguma festa pra ficar pelado?

Um tremendo Oi??????????? ecoa em meu pensamento.
Olho pra Bee amiga. E pelo meu olhar ele decifra meu segredo de esfinge, bebericamos mais um pouco e tal qual aquele tigre cor de rosa de desenho animado (caraca, como só percebi agora que aquela poha de tigre era gay?) saímos pela direita, beijonãomeadd.

Meu desânimo visível de encarar boate gay. Mas fui, pq sou corporaiva e ambos, eu e bee amiga, havíamos tomado um perdido daqueles de nossos, por assim dizer, pseudos.
Já na buatchy tomo um flagra do segurança.

- Vc não pode fumar aqui. Lá em cima tem área destinada a vcs.

Caralhos de plástico me fodam!

O lugar tem andaime com caras semi-nus, queijo pras bibas rebolarem sem camisa, dark room (pra quem não sabe é um quarto escuro onde rola um tribalismo), sauna, pode trepar, cheirar e eu não posso fumar um simples cigarrinho comprado na venda do Raimundo????

Ah, fiquei putaralhaça. Tomei mais uma dose de absolut e fui pra pista. Aloka. Era a única hetero do local inteiro. Showzinho sadomasô com o bofe encoleirado no vinil, gata de chifres em alusão ao "Rélouz when?". . Tava sem saco. Meio tonta fui pra tal "área de fumantes". Mais um oi?. Era do lado de fora da buatchy.

Va-lha-me minha Nossa Senhora dos em pé jacadados!

Dôde cara com Bruno Chateaubriand e André Ramos. Pára, .
Fiz a Brigite e saí mega à francesa.
Vai que a bruxa se solta mais...