sábado, 31 de maio de 2008

Romance literário

(pq eu amo Claire de Lune, música da minha vida e morte

Ouça enquanto lê. É imperdível)



"Jamais, Deus sabe, procurei em ti outra coisa senão a ti. Não eram as ligações matrimoniais que eu procurava e não eram os meus desejos, nem meus prazeres, mas os teus, tu bem o sabes, que eu procurava satisfazer. Sem dúvida, o nome de Esposa parece mais sagrado e mais digno, mas eu teria preferido o de amante, ou se me permites dizer o de concumbina ou mesmo prostituta. Qtas vezes pensei que serias mais caro para mim e tb mais digno para mim ser tua meretriz do que a imperatriz de Augusto".





Esse é um trecho de uma carta de Heloísa a Abelardo. Um romance bem anterior ao lacrimoso e irracional Romeu e Julieta. Numa época em que a razão deveria prevalecer ante as razões que levam alguém a apaixonar-se. Numa época em que a entrega ao outro era questionada e o platônico deveria ser seguido como verdade absoluta. Na impossibilidade da relação anímica a que estavam destinados, Abelardo e Heloísa trocavam cartas de amor e ódio. E em seu legado é possível descobrir os caminhos que percorremos até aqui na confusão diária do que pretensamente chamamos de paixão.





"Abelardo tinha tudo para conquistar o coração de muitas mulheres. Daí a pergunta: seria Abelardo um homem de vida livre, seja com prostitutas ou com outras mulheres? Sinto muito ao dizer que o que causará a ruína de Abelardo é o amor por todas as mulheres. Ora não se pode dizer aqui que ele amará a todas, mas posso dizer que não amará a nenhuma.... Abelardo mesmo se acusa de inúmeras torpezas, de devasso. Abelardo não mente? Estaria ele mentindo desde o início? Seria ele realmente o monstro que todos apontavam? Ele mesmo teceu o caminho usado para me seduzir, caminho tortuoso, sem dúvida, não sei com objetividade apenas ou se também com certa dose de cinismo.Sem beleza de qualquer espécie. Caminho em que aparece clara a figura de um homem duro e frio. Caminho de uma sedução que não tem sequer amor por excusa"


Trecho de carta de Heloísa sobre Abelardo





Conheço um Abelardo. Não, vários. E como boa Heloisa que sou, me deparo com a confusão que é manter a razão onde ela não deve existir. Quantos Abelardos são necessários para nos fazer morrer? Ou viver intensamente cada segundo de dúvidas e incertezas? Quantas Heloisas serão postas à prova para decidir em que porta entrar?





"Fujo para longe de ti,evitando-te como a um inimigo, mas incessantemente te procuro em meu pensamento.Trago tua imagem em minha memória e assim me traio e contradigo, eu te odeio, eu te amo".


De Abelardo para Heloisa





E de pensar que mais de dois mil anos se passaram e ainda tanto desencontro entre Abelardos e Heloisas...





No momento, vivo a mais pura relação Henry - June - Anaïs Nin sem o menage sexual.


Ele precisa da primeira, com quem vive uma relação intelectual, de aspirante a escritor. A terceira apresenta a ele um universo controverso e surpreendente. June sabe que precisa de Anaïs para manter sua relação com Henry e Anaïs não faz outra coisa a não ser se entregar a este enredo, por vezes até bem sórdido. O que a leva a este relacionamento aberto? Já pensei em várias respostas. Hoje, a principal delas é de que Anaïs, de alguma forma, precisa viver o conflito para saber-se viva e inspirar-se. Provavelmente, nunca esteve tão estimulada intelectualmente...



"Quero estar onde quer que você esteja. Deitada ao seu lado mesmo se você estiver dormindo. Henry, beije meus cílios, ponha seus dedos sobre minhas pálpebras. Morda minha orelha. Empurre meu cabelo para trás. Aprendi a desabotoar a sua roupa com rapidez. Tudo, em minha boca, chupando. Seus dedos. O calor. O frenesi. Nossos gritos de satisfação. Um para cada impacto do seu corpo contra o meu. Cada golpe, uma pontada de prazer. Perfurando numa espiral. O âmago tocado. O útero suga, para a frente e para trás, aberto, fechado. Os lábios adejando, línguas de cobra adejando. Ah, a ruptura - uma célula de sangue explodida de prazer. Dissolução." Anaïs Nin



Trôpego e excitante...

quinta-feira, 29 de maio de 2008

O pai ideal

Pai,
Há muito não escrevo nada pra vc. Já coloquei no papel dezenas de palavras doces com certa fragilidade. Já as ordenei em outros de maneira vil e cruel. Mas hoje, senti uma enorme vontadede "falar" com vc. E de dizer outras palavras que não as que sejam complicadas. Palavras simples apenas. Ao assistir uma entrevista do Bial, e ele fazendo uma breve referência ao pai, me identifiquei. Ele falou sobre a música que lembrava a infância dele. Acordes africanos nunca antes ouvidos por qualquer pessoa. Mas ele foi apresentado àquele som, quase etéreo, pelo pai. Um louco alemão que lia Goethe em voz alta, no original, na sala de casa. Aos poucos, o jornalista dizia o quanto foi bacana a emancipação feminina, a generosidade de deixar o homem sentir-se pai. E contou como o pai dele se mostrava tímido a um toque.
E concluiu: "Eu tenho pena do carinho que ele não soube me dar e do carinho que eu não soube transmitir a ele".
E por alguns instantes me peguei pensando na força dessa imagem, dessa frase. E também senti essa pena. De mim. De nós.
E estas palavras aqui não são de cobrança ou de incompreensão.
Hoje compreendo tantas coisas e as aceito. Mas rejeito em mim o ato de não amar incondicionalmente e de não expôr esse sentimento. Quando me lembro da minha infância, uma das cenas mais recorrentes estava vc. Me recordo com saudade das tardes que passava numa cadeirinha de palha ouvindo os discos novos que vc levava para casa. Com vc aprendi a gostar de Beatles, a querer entender a musicalidade do silêncio que pairava entre nós. Em breves momentos, me sentia tão íntima, tão capaz de ouvir seu coração. E ouvia o meu descompassado esperando algum minutinho para dizer eu te amo.
E como nós perdemos tempo na vida!
Todo dia, toda hora.
Depois de tantas batalhas e quedas e tropeços sei que faz parte de mim essas lembranças. E de como me tornei forte o bastante para não sentir o peso da vida adulta que foi chegando tão rápida e sorrateira.Quando falo de vc para os meus amigos, tenho um orgulho danado daquelas tardes. De como foram importantes na formação do meu caráter, da minha postura diante da vida. Da minha curiosidadepelo novo.
Ao perceber e reconhecer nossas diferenças, observo que por causa delas me tornei quem eu sou. E tenho ainda mais orgulho de mim mesma. A cada vitória conquistadapenso que parte de vc está aqui comigo. E mesmo distante me sinto confortável em imaginar que estou fazendo a coisa certa.
Não brincamos muito, não trocamos muitas palavras, não sabemos muito da vida um do outro, não temos a necessidade da presença aos olhos do corpo, é bem verdade, mas creio que aos olhos da alma estamos interligados.
Almas ora inquietas, estúpidas, chorosas, carentes. Almas ora felizes, risonhas, amáveis e afetuosas. Ao radiografar meus pensamentos vejo o quanto nossa relação me fez crescer. Tenho a sensação de que o mundo é pequeno em vista da giganteza do meu espírito de luta. Acho que já nasci predisposta a fazer deste mundo um lugar melhor. E conviver com vc todos aqueles anos me deu garra para ser livre. Me lembro de um fragmento de conversa na qual vc dizia que o mundo não era aquilo que eu esperava. Na hora, achava aquele papo de uma caretice sem tamanho. Mas agora percebo que vc estava certo.
O mundo aqui fora é diferente. Mas tratei de torná-lo divertido a meu serviço.
Obrigada pai, por todas as broncas, crises, cobranças.
Com medo de não atender suas expectativas, tratei de me tornar uma mulher íntegra, honesta, competente.
Para chamar sua atenção decidi não me rebelar como muitos o fazem. Para te orgulhar, tratei de fazer o melhor que podia. Hoje, olho para trás e vejo naquela longa estrada começada em 1972 um bom caminho. As pedrase xistiram.
Mas para quem anda descalço pela vida qualquer obstáculo se torna companheiro de jornada.
Decidi te contar tudo isso. Dividir com vc a alegria de pertencer ao seu DNA. Dizer um "Eu te amo" sincero em meio a banalização do amor e agradecer por vc estar vivo e ainda estar aí pra sentir orgulho de mim.
Eu venci!
Nós vencemos!
Que bom...

quarta-feira, 28 de maio de 2008

O sexo e a cidade

Dia bom. Bem bom. Espetacularmente bom...
Assisti a Sex and the city hoje. E, decididamente, quero morrer em Nova York, ter todos os Manolos que me forem possíveis e ter amigas (os) sinceras (os) pro resto da minha existência.
Ok, não vou contar.

Só uma ou três coisinhas...

Mr. Big conseguiu ficar melhor
Chocolate para os cabelos é o new black
E "correria pro closet" agora!

Filme mulherzinha? É
Clichêzão? É
Cheio de ganchos previsíveis? É

Mas a vida é tão lugar comum quanto qualquer final de conto de fadas.
Adorei, pra dizer a verdade. A despeito de "o homem da vida" é uma história sobre amizade. Amizade daquels difíceis de achar e cultivar hoje em dia.

E justamente hoje, o best friend tava na pior. E me compadeci de sua dor. Queria pegá-lo no colo e levar pra casa. Colocar uma venda em seus olhos e dizer que tudo isso vai passar.
Vai.
Mas demora. E não há nada que eu possa fazer efetivamente para que a dor não exista. Posso ajudaar a diminui-la. Só. Mas daria um braço para não vê-lo assim.

Mudando radicalmente de assunto.
Deve estar aberta a temporada do cio.
Machos beta e delivery se proliferam como Gremlins.

Não, não vou fazer aquele discurso chato de feminista recalcada.
Só agendar as visitas de acordo com a ordem de chegada.
Semana que vem estarei de férias. E nas férias...

Hoje tava aqui tentando calcular quantas vezes nos últimos oito meses escrevi os nomes ferraço e Maria Paula. Já cheguei a sonhar com isso.
Fim de linha
Acabou
Que venham novos personagens, pois agora vou sair de cena.

domingo, 25 de maio de 2008

O fim da semana

Fase desconcentrada total. Aniversário chegando. Vitória chegando. Viagem chegando.
Férias a sete dias na folhinha.
Gente passando. Gente voltando. Gente beijando.
Flerte com o ócio sem culpa.
Noites prometendo. Dias correndo. Semana derretendo.
Fim do inferno astral.
Um pouco de vagabundagem. Um cadinho de coragem.
E um tantão de sacanagem...

Para ouvir a partir de agora. Composição do eterno Cazuza e uma homenagem à galera alegre que conheço e fez sua festa highcolor em Sumpa:



Falando em Mulher sem razão...
Passei o feriadón na companhia daquela gente doida chamada família. Dias agradáveis, ensolarados, gargalhantes. A lêra é que se come demais nestes dias preguiçosos. Feijoada na quinta, vinho até dizer chega na sexta, surrasco no sábado e moqueca no domingo.

Taquiuxpa!

Se em alguma década perdida soubesse que seria tão bom permanecer ao lado deles, talvez tivesse abreviado a sanha pela liberdade a qualquer preço. E é tão bom me reconhecer nas histórias que contamos na mesa do café. Dormir esparramada com o Felipe em cima de mim. Assistir 17 vezes a um desenho japonês até decorar as falas. Ouvir minha mãe em sua ladainha particular em três horários diferentes. Lembrar da nossa adolescência ao encontrar os amigos de um tempo que nunca mais vai voltar. Ver os filhos daquelas meninas que encararam o mundo com olhos ávidos por novidades. Agora, a gente reclama que ficou velho. E, sim, crescemos muito. E às vezes sinto pena por não brincarmos mais como antes. Mas foi bom ficar no quintal, descobrir os segredos, passear na cidade, reencontrar lembranças, fazer planos pra daqui a pouco, ver a Vitorinha mexer. Passei dias muito felizes na companhia dos meus. Numa casa engraçada em que latas de leite condensado explodem ao cair da tarde.

Booooommmm!

* Terminei de ler um livro fantástico este fim de semana. "Eu sou o mensageiro" me chegou às mãos há uma semana. Incrível, envolvente, inteligente. Chorei por várias vezes em alguns trechos. Foi a leitura certa numa fase de tanto descompasso. Obrigada, Sr. T, por me fazer descobrir a mensagem.

Acho que vale outra musiquinha, pq to mega sentimental. TPM...

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Uso utópico

Não me dê imagens
que sejam verdadeiras
Prefiro as mentirosas
que se tranformam
em pintura abstrata
cor da pele
que exala suores
odores
tremores

sábado, 10 de maio de 2008

Uma noite no deserto

Sonzinnnnn Mara pra acompanhar



Confesso que saímos com uma certa cara de muchocho. Uma em crise com o macho fixo, outra encucada com macho delivery e o outro meio assim assim com macho fênix.
Pit stop básico pra make-up, xixi, café, chiclete.

O loko solta:

_ Fico o dia inteiro vendo pornografia na net. Abro janelas simultâneas, é uma coisa (...) Tô namorando, mas quero abrir meu relacionamento (...) Ah, sei lá, sabe, sexualmente falando quero algo novo (...)

Nos olhamos em solidariedade ao bofe e pensamos: (homem, não importa em qual barraca de frutas ele leva sua cesta, é tudo igual)

E começa o papo de anatomia masculina, tapas e afins.
Zero grau etílito até o momento.

Partimos pro bar hetero friendly.
Papo vai, papo vem, caipirinha vai, outra vem e partimos para a buatchy ao lado, pq a gte samu phyno e fomo estorá champã pro aniversariante, cortesia de Dona Gileusa.

Pára o mundo que tá tudo rodanuuuuuuuu!
O que são aqueles caras numa espécie de andaime? E aquilo, pera, é uma tanga de couro????

G-zuis! Na próxima encarnação, anota aí: quero ser gay!

E tacinha vai, tacinha vem... Num lugar desses, a expectativa de pegação para hts fêmeas é zero. Então, nos resta dançar até siacabá!

Minha porção Priscila, rainha do deserto, no entanto, provoca certo magnetismo nesses locais e lá vou eu ficando amiga de berçário de vários machos menos machos que eu, na verdade.

Lá pelas tantas: recheio de sanduba. Uia!

A bee loka pra subir no queijo e eu parecendo a fada sininho interagindo com grupos.

E como diz Gee, a bee mais hetera que conheço, numa livre adaptação de minha pessoa:

"É Glória Gaynor e Rosana Deusa nas alturas"

Saldo: diversão pura
auto-estima no teto


Conclusão: Meus amigos são a minha melhor parte (só pra ser sentimental)
Vamos juntar dindin e contratar o Go-go boy do andaime!

E no supermercado...

Delivery faz a corte.
_Hum, e aí? Tá de pé?
_ Hum, ia mesmo te ligar... Hj é niver do meu best friend e não dá pra faltar...
_ (Tom) Vc vai preferir sair com o best friend que comigo?
_ Sim, vou. Como disse, é meu best friend (...)
_ Esse negócio de melhor amigo tem sempre algum segunda intenção, aposto que vc pega seu amigo/
_ (Corto) Ele é gay!
_ (Sem graça) Ah, tá... Mas ainda assim vc prefere sair com ele?
_ Não é questão de preferência (...)
_ Então tá! (tom) A ge se encontra em 13 de novembro de 2014!


Ai chaaaaaaaaaato isso. Alguém, por favor, diga ao espécime que essa pose Greta Garbo na malhor das hipóteses só é adequado a alguém que use saias...

terça-feira, 6 de maio de 2008

Anatomia

E o cara diz:

"Pare da rebolar"

E eu, sem olhar pra trás (sim, sempre rebolei)

"Pára de olhar pra minha bunda!"

Experiências antropológicas

Ok, as tenho de vez em quando. Normalmente, são precedidas de muito teor etílico.
Não dá pra se meter em algumas roubadas, se não estiver com o sangue calibrado com algumas miligramas de puro malte.

Ok, fui com as mocinhas num lugar desses de pegação total.

Não é preciso dizer que, no mínimo, achei bizarro. A impressão que tenho num lugar desses é que todos somos carnes expostas. Já viram charque pendurado em cercas? Mais ou menos isso. Se não for pior.

A visão do inferno parte I me mostra um mocinho rebolando na minha frente. Se achando o gostoso. Gel no cabelinho, mochila nas costas (quanto tempo ainda tenho que ficar???)

Sento numa mesa e digo pra colega:

- Não rola!

Nisso, o cidadão - outro, que fique bem claro - se aproxima e pergunta o que não rola. Mas isso com tamanha volúpia e cheio de mãos.

Ai, não gosto...
Digo que não curti o lugar, ambiente ruim e música uma bosta.
Ele ri, emenda um papinho goiaba.
Dou mais um gole no uísque. O cara vem meio falando no ouvido...
Hum... mas não quero
Saio de fino. Vem atrás.
Porra, não é boate de pegação? Então pega outra. Eu to meio chata...

Nada, o cara era uma desses mocinhos mega ultra gostosos, mas cafonérrimo. O tipinho certo pra um local desses.
Ok, cedi.
Mas, assim, não senti nada. Naaaaaaaaaaada.
Nada X nada.
Foi ruim, mas foi bom.
Mas tb se não tivesse rolado, td bem.

Placar: 1x1 - mas poderia ter sido 0x0 fácil

Os peitos de Bukowski

Festa estranha com gente esquisita.
De repente a gata solta: "ah, beijar laranja é bom. Tem o sumo..."

A-hã

De repente, vejo se aproximando um bando de pseudo-intelectuais, daquele tipinho que cultua a barba e um certo ar de quem não toma banho.
Eu num papo cabeça, tomo um susto. A moça de negro, cabelos vermelhos, sem gracinha grita em minha direção:

"Vc tem peitos lindos! Bukowski adoraria seus peitos"" -

Hã?????

E lá vai ela, recitar um poema qualquer do velho safado. Ao final, de cima de uma cadeira, agarrada ao poste de luz - e o garçom preocupado com o lustre, desesperado - ela grita pra todos os presentes:

- Gata peituda! Essa é pra vc!

Vergonha.
Alheia, inclusive.

"Me dê uma boa noite de sexo. Amanhã decido se acordo chorando ou sorrindo"

Eu heim...O que será que me reserva hoje?

Discovery Channel

Aí o cara diz assim
- Eu sou casado. Você se importa?
Penso 5 segundos e devolvo
- Sempre tive a curiosidade quase ingênua em saber pq homens casados suprimem essa informação num primeiro momento.
- Ah, gosto de conhecer gente nova e interessante.
(Decido ironizar)
- Gente nova do sexo oposto ou tanto faz?
- Não, sexo oposto
- Mas ao ser casado não impediria?
- Não é isso, é que as mulheres já olham com desconfiança.
(Pq será?????)

O outro:
Pergunto como quem não quer nada.
- e aí?
- aí que estou pronto..... p sair do casulo......rs
- vai virar borboleta? (eu não resisto!)
- não sou tao delicado assim.sou mais uma especie que pica. rsrsr
- dói?
- depende aonde eu picar voce
- detsto insetos...
- sou de uma especie aceitavel...... rs
- existe espécie aceitável de insetos?
- claro, entre na onda de bichos exoticos.......
- tipo manter uma salamandra num aquário? ah não salamandra é réptil. existe inseto exótico?tipo barbeiro?
- diversos. eu vi um besouro enorme
- ah eu tb, vi um imenso em mauá. mas sabe como é em Mauá tem besouros enormes e duendes pequenos
- rs

É bonito ver como se desenvolve a pseudo conquista no mundo animal. Socuerrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrooooooooooooooooooo

domingo, 4 de maio de 2008

Um grito de liberdade

(Agite antes de ler)


Ah, vai, me senti bem em tripudiar...
Não me dê poderes. A mosca azul ronda a minha morada.
Não há qualquer problema em querer uma trepadinha na madrugada, longe do leito oficial...
Mas cá entre nós. Me dá uma preguiça de fazer tamanho investimento para o coito.
Se entregar ao sacrifício da depilação é quase uma sessão sadomasô. E a tal virilha cavada?

Kct.
Ui. Ai.
Dói pra caraleous. (sem trocadilho, faiçavor)

E aí depois tem que pensar no figurino, na lingerie, que diabos me acudam, nunca combina entre si. Decote? Muito desfrutável. Calça comprida? Ai, complicado demais. Saltos? Meio pretensioso pra uma noite no sofá da sala. Chinelos? Tá nem aí pro macho delivery...

Hum... (suspiro longo)

O cara insistindo, dando ali a vc uma série de razões viris para que mude de idéia.
"Faço assim. Te pego desse jeito. Puxo pra cá"...
Sei não, me dá a idéia de que estou comprando um daqueles colchões infláveis, que vc joga no chão e, de acordo com um pequeno manual paraguaio, vai tomando forma a cada bombada (Sem trocadilho, faiçavor).

Essas promessas de alcova sempre me saíram caras demais. E no fim das contas estou lá com o macho reprodutor numa posição de dar inveja aos iogues do Ashtanga. Sendo contorcida e jogada de um lado ao outro como uma integrante do Cirque du Soleil.

Ai, tá!

Se estivesse trepando não estaria escrevendo e fazendo essas considerações sobre o simples e tolo ato de copular.
É óbvio que uma cena libidinosa me faz bem. Mas são as promessas de nuvens num céu de brigadeiro é que me deixam meio cismada.
Noutra noite, por muito pouco não virei a Lucy inthe sky whith diamonds.
O macho delivery decidiu que ia queimar um fuminho antes da lascívia propriamente dita.

Hum. Ok.

Embarquei na transa "legalaize". E parecia que estava numa sessão espírita, sendo defumada por uma erva de cheiro bastante duvidoso e característico nas mãos de um pajé.
Aperta, puxa, traga, solta aquela merdalhada na minha cara.

Já não curti.

Mas, enfim, o que não fazemos por uma boa cama?
Aturei ao que o macho chamava de fumacinha psicodélica. O phoda era que o moço era o único que via cores lisérgicas na parade do meu quarto.
Como fico insuportavelmente arrogante em meu território, mandei-o de volta para sua estufa e acendi um incenso pra exterminar de vez com a presença sativa daquele ser inexplicável.

Depois dessa, durmo feliz em lençóis limpíssimos, lingerie nova, perfume creme e a virilha que se foda (Sem trocadilho, faiçavor)

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Reflexões sobre a sedução

Ouça enquanto lê


Ai que gente chata essa que sente necessidade de seduzir poste. Um sorriso infalível, um olhar meio míope, a voz um tom abaixo e lá se vão saindo pela boca as mesmas palavras que já foram ditas pra pelo menos meia dúzia de carentes na estrada. Depois, uma piadinha cheia de fair play, uma frase nonsense, o ar blasé e voilá temos ali mais um sedutor contumaz. Chaaaaaaaato!
Um amigo me disse uma vez:
_ Vc deveria baixar o tom de voz de vez em quando para parecer mais doce e vulnerável...

Hum. Pausa.

Tentei, juro. Mas me igualei a esses seres que lêem auto-ajuda procurando homens e mulheres em planetas eqüidistantes. Ñão sempre nos dizem que devemos ser nós mesmos???

Conheci uma moça _ não tão moça assim, a bem da verdade _ que era o tipo performática. Já tinha se casado algumas vezes e em todas elas se vestia, andava e se comportava tal qual e para seu par. Em sua macrovisão de relacionamento, achava que para manter a sedução tinha que fazer uma espécie de osmose com o outro. Me parece patético. E é. Nunca tinha ouvido falar em Chico, e de repente teve que aprender tudo sobre o cara. E contava nas mesas de bar o quanto essa e aquela obra eram importantes. Livros nunca foram seu forte. Até escrevia bem errado, tadinha. Mas, de repente, passou a curtir literatura de cordel só pq o par achava que traduzia o inquestionável valor do cancioneiro popular. Maaaaaaaaaaalaaaaa!
No fundo, aquela relação Google não iria muito adiante.
Mas para os sedutores contumazes, uma relação não acaba. Uma espécime dessa raça gosta de manter laços. De amizade, preferencialmente.
Para parecerem modernos, altruístas, condescendentes e uma pessoa de bem diante do outro que, no fundo, deveria estar querendo vê-lo pensdurado a um pau de arara. Só pra variar...
O pior é que o sedutor contumaz, conscientemente, tenta de qualquer modo fazer parte da vida nova do outro que não o quer mais. Mesmo que tenha sido ele a cair fora, ele volta de tempos em tempos só para ver o efeito arrasa quarteirão que provoca na pobre vítima.
Uma outra mocinha não podia ver seus ex felizes. Dava sempre um jeito de manter a amizade, se fazer de querida pra concorrente em potencial só para contar a ela segredos de alcova da ex-presa. E assim, desestabilizava a coitada e mantinha o seduzido sobre suas rédeas, fazendo-o lembrar-se, vez o outra, de como ele era uma muher incrível. Vaaaaaaaca!
Não baixei mais o tom. Não sei como fazê-lo. Quando faço isso, minha voz fica rouca tal qual uma bruxa. Também não consegui fazer a linha desprotegida. Com esse tamanho, dificilmente acreditariam que sou indefesa. Não sei ser a mulherzinha, andar do lado de dentro da calçada, não responder a uma provocação com uma maior ainda... Buraaaaaaaaaa!
De acordo com as práticas tupiniquins de sedução sou o que miseravelmente é chamado de caso perdido...

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Linha direta

Som do dia



E encontrei o cara, no meio da madrugada. Meio inerte, meio bobo. Com sorte, me olhou de cima a baixo, tirou uma linha, pegou a minha mão e falou uma bobagem. Voltou. Mais corajoso, tirou nova linha, passou a mão pelos cabelos, puxou com força e mandou a letra.

Numa próxima estará morto!

Um cadinzin de rotina

Dias sem muita ilusão, à deriva da vida pretensamente programável. Um showzin aqui, um sarrin ali, uma c0mpilação de cavernas sem muita escuridão. Um cigarin aqui, um sonzin ali, uma estante vazia de letras. Um sorrizin aqui, um chopin ali. Uma parede sem cor no meio da rua. Um chorin aqui, um gritin ali, um diamante em estado bruto de decomposição. Um ruinzin aqui, um imbecilzin ali, pegadas na lama da alma. Dias sem sol, à procura do ponto do mapa.