sábado, 28 de junho de 2008

Deu calote e foi ao cinema

Então tá, passo quase um mês fora de casa e na volta sou recepcionada por um tal de Saulo. Não, não arrumei um mordomo, go-go boy (ainda bem, com esse nome desconfiaria de suas habilidades) ou um faz-tudo. Saulo, esse simpático senhor que trabalha com GPS, Airbag e afins é da Light e veio cortar a minha luz.

OOOOOI?????????
MAS EU PAGUEI PELA INTERNET... PERA, VOU TENTAR ABRIR O COMPUTADOR E VER O RECIBO... PUTZ, NÃO TENHO IMPRESSORA... AH, É? NÃO PODE FAZER NADA? ENTÃO CORTA ESSA mailto:P@#$%!!!

Saulo dos infernos.
Conseguiu estragar meu dia já pela manhã.
Saco!
Bom, como tava na rehab não li jornal durante uma semana. Aproveitei o dia claro e coloquei a pauta em dia. Nada demais. Tudo de sempre.

Entrei em pânico ao constatar que em questão de horas estaria no breu. E ler à luz de velas não me parece o melhor dos programas. Tomei banho, coloquei uma roupinha bacana que me daria estofo para esticadas e ganhei a rua. O pior foi não poder secar o cabelo e economizar na bateria do celular.

Passei no banco pra conferir o saldo (baixo)
Paguei outras contitas e fui ao cinema.

É isso: não dei calote, só fui ao cinema!

E assisti, incógnita, a dois filmes incríveis.
Amo ir ao cinema sozinha. Sentar no meio da fileira com tudo aquilo só pra mim e não ter de ficar comentando cena alguma. Simplesmente um momento só meu. Como adoro isso. Esse egoísmo momentâneo, a tranposição para um outro mundo, a realidade paralela, o tudo-é-possível na tela gigante diante dos olhos. Amo aquele escurinho e, por vezes, até o barulho do saco de pipoca.

Passei na livraria, claro. Devorei como um cachorro em frente ao filé mignon monte de coisas que queria levar pra casa, mas, comedida, comprei livro obrigatório de roteiro que há muito rondava meus pensamentos.

Liguei pro marido. Combinamos jantarzinho.
Voltei para a casa assombrada pela escuridão, acendi a renca de velas porteñas e fiquei a folhear o silêncio.

No carro, Robert e Gi, além do marido, claro.
Destino: Leblon, onde as pessoas são mais felizes por causa do Manoel Carlos.
Jantamos, mas depois de um diazinho fora do script, o álcool se fazia necessário.
Destino: a esquina do pecado em Botafogo. Onde o segurança do boteco e os passantes fazem toda a diferença à paisagem. Bebericamos e decidimos ver o que a madrugada reservava.
Como estava sem luz mesmo, seria prudente chegar em casa quase de manhã, ou tonta o suficiente para enconrar a cama no buraco negro e deitar com Morpheu (amo PH).
Destino: Lapa onde só anda a pé quem qué, né não?
Primeiro um bar de travas. Não entro. Parece locação do "Carga Pesada".
Então, um tal Buraco da Lacraia. Ok, o que é um peidinho pra quem já se borrou todo?
Pelo menos a gente vai se divertir olhando as bees menos privilegiadas e desprovidas de qq sex apeal.
Encontramos gente conhecida (sempre!). Uma dançadinha, cerveja batizada.

OPA, PERA! AQUILO É UMA BUNDA DE FORA????
OOOI????
O GARÇOM ESTÁ NÚ COBERTO APENAS POR UM AVENTALZINHO SEM-VERGONHA???
G-ZUIS! ONDE ESTÃO AS LEIS TRABALHISTAS DESSES PAÍS???
AI CALA A BOCA! O CARA É UM GOSTOSO... E QUE BUNDA É ESSA???? SERÁ QUE PODE PEGAR E SAIR CORRENDO????

Já valeu o dia, vai!

* É óbvio qu Saulo me devolveu a luz. Não estaria agora numa lan house...

Um comentário:

Bruno Batista disse...

Você escreve muito bem, moça! E eu também adoro o barulho do saco de pipocas quando vou sozinho ao cinema..rs

Bruno