segunda-feira, 30 de junho de 2008

Maré

"Eu quero tudo que há
O mundo e seu amor
Não quero ter que optar
Quero poder partir
Quero poder ficar
Poder fantasiar
Sem nexo e em qualquer lugar
Com seu sexo junto ao mar..."

"Não sei, não sei mais nada.
Só sei que canto de sede dos teus lábios
Não sei, não sei mais nada"
"A estrada é muito comprida
O caminho é sem saída
Curvas enganam o olhar
Não posso ir mais adiante
Não posso voltar atrás
Levei toda a minha vida
Nunca saí do lugar"
"Decanta em cada canto
Um instante
De dentro do segundo
Seguinte
Que só por um momento
Será
Antes"
"Um dia desses eu me caso com você
Você vai ver... você vai ver
Um dia desses de manhã com Padre Pompa
Você vai ver como eu me caso com você"
"Onde andarás nessa tarde vazia
Tão clara e sem fim
Enquanto o mar
Bate azul em Ipanema
Em que bar, em que cinema
Te esqueces de mim?"
"Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado..."

"Só porque disse que de mim não pode gostar
Não quer dizer que não tenha do que duvidar
Pensando bem pode mesmo chegar a se arrepender
E pode ser então que seja tarde demais
Vai saber?"
Fragmentos do magnífico show de Adriana Calcanhoto ontem!

sábado, 28 de junho de 2008

Deu calote e foi ao cinema

Então tá, passo quase um mês fora de casa e na volta sou recepcionada por um tal de Saulo. Não, não arrumei um mordomo, go-go boy (ainda bem, com esse nome desconfiaria de suas habilidades) ou um faz-tudo. Saulo, esse simpático senhor que trabalha com GPS, Airbag e afins é da Light e veio cortar a minha luz.

OOOOOI?????????
MAS EU PAGUEI PELA INTERNET... PERA, VOU TENTAR ABRIR O COMPUTADOR E VER O RECIBO... PUTZ, NÃO TENHO IMPRESSORA... AH, É? NÃO PODE FAZER NADA? ENTÃO CORTA ESSA mailto:P@#$%!!!

Saulo dos infernos.
Conseguiu estragar meu dia já pela manhã.
Saco!
Bom, como tava na rehab não li jornal durante uma semana. Aproveitei o dia claro e coloquei a pauta em dia. Nada demais. Tudo de sempre.

Entrei em pânico ao constatar que em questão de horas estaria no breu. E ler à luz de velas não me parece o melhor dos programas. Tomei banho, coloquei uma roupinha bacana que me daria estofo para esticadas e ganhei a rua. O pior foi não poder secar o cabelo e economizar na bateria do celular.

Passei no banco pra conferir o saldo (baixo)
Paguei outras contitas e fui ao cinema.

É isso: não dei calote, só fui ao cinema!

E assisti, incógnita, a dois filmes incríveis.
Amo ir ao cinema sozinha. Sentar no meio da fileira com tudo aquilo só pra mim e não ter de ficar comentando cena alguma. Simplesmente um momento só meu. Como adoro isso. Esse egoísmo momentâneo, a tranposição para um outro mundo, a realidade paralela, o tudo-é-possível na tela gigante diante dos olhos. Amo aquele escurinho e, por vezes, até o barulho do saco de pipoca.

Passei na livraria, claro. Devorei como um cachorro em frente ao filé mignon monte de coisas que queria levar pra casa, mas, comedida, comprei livro obrigatório de roteiro que há muito rondava meus pensamentos.

Liguei pro marido. Combinamos jantarzinho.
Voltei para a casa assombrada pela escuridão, acendi a renca de velas porteñas e fiquei a folhear o silêncio.

No carro, Robert e Gi, além do marido, claro.
Destino: Leblon, onde as pessoas são mais felizes por causa do Manoel Carlos.
Jantamos, mas depois de um diazinho fora do script, o álcool se fazia necessário.
Destino: a esquina do pecado em Botafogo. Onde o segurança do boteco e os passantes fazem toda a diferença à paisagem. Bebericamos e decidimos ver o que a madrugada reservava.
Como estava sem luz mesmo, seria prudente chegar em casa quase de manhã, ou tonta o suficiente para enconrar a cama no buraco negro e deitar com Morpheu (amo PH).
Destino: Lapa onde só anda a pé quem qué, né não?
Primeiro um bar de travas. Não entro. Parece locação do "Carga Pesada".
Então, um tal Buraco da Lacraia. Ok, o que é um peidinho pra quem já se borrou todo?
Pelo menos a gente vai se divertir olhando as bees menos privilegiadas e desprovidas de qq sex apeal.
Encontramos gente conhecida (sempre!). Uma dançadinha, cerveja batizada.

OPA, PERA! AQUILO É UMA BUNDA DE FORA????
OOOI????
O GARÇOM ESTÁ NÚ COBERTO APENAS POR UM AVENTALZINHO SEM-VERGONHA???
G-ZUIS! ONDE ESTÃO AS LEIS TRABALHISTAS DESSES PAÍS???
AI CALA A BOCA! O CARA É UM GOSTOSO... E QUE BUNDA É ESSA???? SERÁ QUE PODE PEGAR E SAIR CORRENDO????

Já valeu o dia, vai!

* É óbvio qu Saulo me devolveu a luz. Não estaria agora numa lan house...

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sem vírgulas

Se corajosa eu fosse mandaria tudo às favas. Se corajoso você fosse correria de braços desarmados em minha direção. Se segurança eu tivesse não olharia para trás após seu enterro. Sepultaria sem lágrimas o que nem sequer nasceu. Se seguro você fosse trataria de deixar emergir o que de melhor há nesse casulo. Acordaria do pesadelo diário. Se ódio eu sentisse escolheria a pior hora para aparecer. Se ódio você sentisse seria melhor que o gostar sem deixar vestígios. Se mulher eu fosse te seduziria com a língua ardente, calada e envolvente. Se mulher você fosse sentiria esse gosto amargo que trago nas entranhas. Se homem eu fosse te amaria como a última criatura da Terra. Se homem você fosse me amaria sem restrições como ama a ti mesmo. Se viva eu fosse passaria o resto dos meus dias a te matar. Se vivo você fosse não perderia a chance de não me ver morrer.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Epílogo (do Leo)

Dois toquinhos no celular
Caixa postal
Aperte o três

E fim...

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Lado emocional

Uma melancolia incontida.
Meu limite testado em banda larga.
Tô exausta...

"Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou
Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
No final da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio
Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dá um pouco de atenção
Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não tá com nada
É uma festa na prisão
Nosso tempo é bom
Temos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar
Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto"

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Day after

Máquê ressaca...
Isso é que dá chafurdar em taças de bebidinhas borbulhantes a madrugada toda.
Então, lá fomos nós pra festa dos mutantes. Planetário e tals.
Concentração de gente bonita por metro quadrado, uma cousa!!!
Tanto modelo, tanta gente interessante. Sonzin animado, amigos incríveis.
Noite começando a toda.
Fomos eu, best friend e a talibã.
E fala daqui, conta dali.

Pausa para momentinho saia justa com diretor de novela.

E papo vai, fofoca vem. Apagao o cigarro no pé da outra. Nós e nossas tacinhas.

Pausa para cumprimentar autor de novela.

E /ignore na lei antitabagista tabajara maia.
Todo mundo com seu cigarrinho na mão em pleno órgão municipal.
Adooooro!

Taça vazia. Vamos buscar mais.

Garçom gatinho diz pro best friend:
Não tem aqui, só lá do outro lado.
Eeeeeeeeeeeeeeddddddddd, você????? _ digo, animadíssima

Sim, é meu amigo. E sim, ganhamos uma garrafa IN-TEI-RA!

Best e amigo de berçário se entreolham. Hum, vou atirar a flecha.

Voltamos pra rodinha. Papinho e de repente dois casais numa pegação lôkaaaaaaaa.

Planetário - Interior - Noite
Uma roda de bispos evangélicos se vira para olhar o espetáculo.

Queima eles, pai, queima eles!!!!!!!

Nós, claro, ficamos com nossos cotovelos doloridos e tentamos por vezes atirar os aquários naqueles mutantinhos indecentes do mal. Mas, lá embaixo tinha mais prosecozinho...

E, sim, na festa dos bispos rolou funk.

"Naquele local, naquele lugar
Tchurururu"

Migramos em bando pra Guanabara (default)
Uma mesa só com jornalistas, em sua maioria fofoqueiros.
Aparece o roteirista-ídolo. Alinha digo que sou fã e quero fazer o curso.
An-hã.
Mileduzenas pilas.
Dpois de tanto entretenimento, podia me dar bolsa.

Continuei bebendo. Vinho agora.
Meio chapada, lembrei do sguenis.
Sguenis liga. Sguenis fala. Sguenis aparece.
Sguenis subiu e matamos mais uma garrafa.

Fui dormir zêbada às cinco da manhã.
Sem nenhuma ressaca moral.
Feliz, feliz...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Quem será o Benedito?

Acordei azeda. Pensativa. Cambaleante. E vendo outros ângulos. Tecendo enredos paralelos. Alguém se aproxima a passos largos. Mas tenho medo da intensidade, pois tal qual bolha de sabão, cresce e desaparece. Alguém que me diz as verdades por mais que doam e pinta um universo fantástico em que viagens à Terra do Nunca são meramente possíveis. É só praticá-las. Alguém que vive no mundo real, cujas imagens foram pintadas por Dalí. Surreal. Surpreendente. Não meu. Do mundo que o cerca e não restringe. Mas me faz querer escalar montanhas que deveriam estar onde estão só pelo fato de coibirem. No momento, a razão teima em insistir. Enquanto o desistir vem na redoma da emoção. É desenfreado o querer-se conhecer e decifra-me. Tal qual esfinge, devora-me em segredo, sem enigmas. Meu reflexo brilha em sua particular idéia de ideal. É um espelho mágico que me diz que não há ninguém do outro lado melhor do que eu. O reverso. O inverso. O incompreensível. O complexo. O bendito.

Mas quem será o Benedito?