terça-feira, 15 de abril de 2008

De manhã é cinza

Tenho queda por canções baratas e gente que ri de si mesmo. Não resisto a boas histórias com finais felizes. Mas também gosto da tristeza incontida nas almas mais ineficazes. Tenho predileção por palavras de difícil compreensão. Vogais que deslizam pela boca e que tenham trema e acentos bem agudos. Sou adepta dos sonoros e mais desbocados palavrões utilizados em larga profusão como pausa, vírgula ou constaação. Mexo a cabeça enquanto falo, gesticulo pra pareer mais interessante e cruzo os braços quando contrariada ou tímida. Misturo bebidas. Sempre as destiladas pra que o corpo assombre outros corpos. Danço sozinha de olhos fechados e quase sempre finjo ser uma componente do Moulin Rouge. Sem as variações de pernas, é claro. Tenho um fraco por inteligência, mas não suporto a artificial. A superficialidade me interessa e me entretém por trinta segundos. Mas a futilidade é de extrema e externa necessidade. Gosto de gente que está fora do padrão. Mas às vzs quero que gente se foda. Não creio em bondade, abnegação e dedicação se não for uma via dupla. Todo mundo quer algo do outro. Adoro clichês. E saltos bem altos. Sapatos vermelhos, cachecóis e chapéus. Nasci no lugar certo. Na época apropriada. Não olho muito para trás. Sempre para os lados. Mas o que está à frente sempre me é mais caro. Falo muito de mim e também mal dos outros. De preferência por trás, pq na frente me parece um tanto deselegante. O telefone tocou... Depois eu termino. Falei demais por hoje. Preciso da pausa criativa...

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