E aí a doida saca da cartola:
"Minha amiga foi estuprada por um índio".
Quase cuspimos o sashimi naquele pequeno japa de apenas três pessoas. Três, não. Tinha a garçonete san... Mas isso é outra parte. As gargalhadas ecoaram tão forte que por um momento tive a vontade de trocar a coca zero por uma boa dose de saquê. Se fosse pedir à garçonete san... Mas isso fica pra depois. E lá vai ela contando a desventura da amiga com um índio txucarramãe. Ok, a parada é séria. Mas ng no meu mundo conhecia alguém com uma marca tão bizarra na vida. Imagina o que este ser fez na outra encarnação... Tacape nele!
Bom, mas num jantar entre mocinhas de fino trato, os assuntos variam entre querer matar os chefes e os pseudos. E também listam-se táticas infalíveis de sedução, coação e humilhação.
Pausa para dar uma secada no lutador de jiujitsu/cara de bad boy/gostoso/acompanhado da loura padrão.
Voltamos às nossas histórias em comum bastante incomuns, eu diria. A outra diz que agora só quer saber de grana. Muita, de preferência. Falo da minha viagem de estudo antropológico/fágico com argentinos e afins que profiram qualquer palavra em castelhano bem perto do meu ouvido, dos acontecimantos da noite anterior (com eufemismos e superlativos, claro), do nosso mais querido amigo em comum, das tristezas, das vitórias, de trakinas, de momentos e de desencontros.
Mas não era noite de filosofias de botequim. Somos moças bem nascidas e criadas para serem quase gueixas, desde que seja no corpinho da Lucy Liu. Gueixas modernas que escrevem tratados sobre o caos, mas recorrem à cartomantes e quiromancia para curar o mal de amor.
Pausa para falar com o carinha/ex-peguete/gostosinho/pouco inteligente e divertido
Terminamos a noite com um cigarro, na mesa do pé sujo, sendo importunadas por passantes mais miseráveis que nós. Já sem paciência, soltamos nosso lado "calega" e desafiamos os bons costumes. E aí, a outra saca a maior surpresa do encontro:
"Ele tá aqui grudado no meu pé". E mostra.
Mas isso não vou contar. Só para a garçonete san.
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