terça-feira, 17 de novembro de 2009

Deixa o verão pra mais tarde

Ah, o verão...
Corpos ardendo
Cerveja gelada
Bate papo até tarde
Picolé
Decotes
Pés desnudos
Biquíni
Areia
Sal
Ah, o verão...
Melancia
Acidez
Pôr do sol à noite
Cores
Bronze
Chinelos
Azul
Ah, o verão...
Sons
Tons
Rock
Samba
Soul
Dançar até de manhã
Ah, o verão...
E seus primeiros acordes.
Pra gente acordar
E cair num sonho bom

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Nunca sem mais

Nunca fomos ao cinema.
Não conheço seu cão.
Você nunca me viu chorar.
Nunca vi você dirigir.
Me lembro bem da primeira vez em que não viajamos.
Não fomos jantar.
Não conheço seus amigos.
Você nunca me viu irada.
Nunca vi sua letra.
Me lembro da primeira vez em que não fomos à praia.
Não fomos ao show.
Não conheço seus discos.
Você nunca me viu triste.
Nunca vi você trabalhar.
Me lembro da primeira vez em que não passeamos.
Não fomos à festa.
Não conheço sua família.
Você nunca me viu cozinhar.
Nunca vi você ler.
Me lembro da primeira vez em que não nos vimos.
Não fomos dançar.
Não conheço seu passado.
Você nunca me viu refletir.
Nunca vi você relaxar.
Me lembro da primeira vez em que não falamos de futuro.
Nunca fomos um.
Não conheço seu presente.
Você nunca me viu ao seu lado.
Nunva vi você querer.
Me lembro da primeira vez em que não fomos nada.
Só não me lembro de ter querido ser dois.
Um em cada canto.
Você sem você.
Eu sem você.
Nós sem uma primeira vez.




* Não sei quem é o casal, mas adorei a primeira vez que vi.

domingo, 27 de setembro de 2009

Recordar é viver?

Escrevi isso em setembro de 2006. E tal qual a moda que vive volando, isso se aplica bem ao momento.

Feitos um para o outro
Tarde de Harry e Sally.
E toda vez choro horrores.
Choro pensando nas oportunidades perdidas, nos radicalismos sem sustentação racional. Choro porque todo mundo merece um amor impossível só pra sentir que tá vivo. Choro de inveja de Sally. Choro pq , no fundo, queria um Harry - ainda que chato e a cara do Billy Cristal - correndo atrás de mim até o Empire State. E tem essa coisa, né? De todo mundo se beijar à meia noite ... Deve ser uma alusão aos contos de fada, um boa noite cinderela sem qq efeito lisérgico. O fato é que a gente vai vendo como as relações são construidas ao longo da vida. Antes de Harry e Sally estava dando uma olhada em "Separações", do Domingos de Oliveira. Os casais de filmes pseudo-intelectuais nacionais são sempre muito descolados, livres, independentes. E moram no Leblon. Têm grana pra passar uma temporada em Paris, quando voltam estão cheios de projetos culturais e milhões de vinhos na bagagem. E são modernos, sentam-se juntos dos seus ex-pares, como uma grande família italiana. Mas uma coisa ficou na minha cabeça ecoando.
Saco, quando essa coisas ecoam é foda porque eu começo a pensar na vida com profundidade. E, sinceramente, tô evitando o máximo esse momento. Mas, enfim, pelo menos uma vez por mês amarro esse bode preto e penso nas grandes questões do mundo e da sobrevivência. Lá pelas tantas o cara diz: "É preciso ser amigo de quem vc amou muito um dia. Porque senão o mundo fica curel demais!".

Fiquei absorta, introjectando essa coisa e me pus a pensar nos homens que eu amei. Amei muito, todos eles. Embora, alguns deles nem acreditem realmente nisso. E descobri que não amei apenas aqueles de relações pré-estabelecidas. Amei cada ser do sexo oposto que passou fugazmente pela minha breve vida. de maneira louca, de maneira sofrida, de maneira divertida. Eu amei. E não foi pouco. E tenho pensado nisso. Porque amor transborda feito leite em peito de mãe iniciante. E quando vc não tem onde colocá-lo ou como eternizá-lo, propagá-lo, é muito ruim. Fica essa coisa entre o estômago e o seio esquerdo. Um nó violento na garganta e vc quer dizer, quer mostrar, quer exibir seu amor. Porque amor é um sentimento tão raro. Todo mundo quer. Ninguém sabe definir direito. Alguém já jurou saber o gosto, outro já apalpou. E amor é tão fácil sentir. Ter é mais difícil, mas não é regra. O amor tá meio aprisionado, eu acho. Falta lucidez pra amar. Falta coragem. Falta tempo. Conheço até quem pense faltar dinheiro pro amor.

Detesto essas reflexões. Porque vou ficando densa e pulo pra etapa dois, quando quero saber o propósito de tudo. Seja do fio de cabelo caído no piso do banheiro, seja entender esse movimento cíclico que é a vida e porque ela não costuma sorrir com simpatia pra geral. E vejo essas bobagens hollywoodianas querendo vender o amor eterno e alcançável, e acredito piamente que ele possa mesmo existir.Sim, ele existe. Quantos de nós já não fez a besteira de se apaixonar perdidamente ao longo do dia? De meter pés pelas mãos? Pegar o celular na madrugada e acordar numa puta ressaca moral no outro dia só por ter discado praquele amor de ontem? São as horas em que o neurônio - a essa altura o único que existe -, é interligado à boca por apenas um microfio transparente e fraco. Então a mente não registra regras, e lá vai o tal neurônio detonando todo o seu discurso, suas idéias pré-fabricadas.
Deveria haver um meio termo. Uma forma de equilíbrio. Harry e Sally me fazem pensar nisso toda vez que os vejo na tela. Pq é um casal tão improvável que vc passa a achar que ganhar na megasena é um simples exercício de pragmatismo. Os caras levam 12 anos pra se acertar.12!!!Entre idas e vindas.Destino? Paciência? Falta de Sorte? Será mesmo que existe em algum canto do planeta uma pessoa destinada a nós? Será que já não passou por aqui feito cometa e simplesmente se foi? Tá vendo, tô fazendo de novo.
Merda! Lá vou eu filosofar tal qual leitor de orelha de livro. Saco! É esse tal de amor. Reprimido aqui dentro. Louco pra sair por aí em noites de tempestade. O chato dessa história é saber que se tem tanto a oferecer pra tão pouca gente que merece.

Certamente, existe alguém por aí merecedor desse transbordamento. Dessa cheia de amor que acontece em algumas estações do ano!
É a primavera chegando!
E bem que ela podia trazer um primo tb...

"O Homem Lúcido sabe que a vida é uma carga tamanha de acontecimentos e emoções que ele nunca se entusiasma com ela. Assim como ele nunca tem memórias. O Homem Lúcido sabe que o viver e o morrer são o mesmo em matéria de valor posto que a vida contém tantos sofrimentos que a sua cessação não pode ser considerada um Mal. O Homem Lúcido sabe que ele é o equilibrista na corda bamba da existência. Ele sabe que por opção ou por acidente é possível cair no abismo a qualquer momento interrompendo a sessão do circo. Pode tembém o Homem Lúcido optar pela vida. Aí então ...Ele esgotará todas as suas possibilidadades. Ele passeará pelo seu campo aberto pelas suas vielas floridas. Ele saberá ver a beleza em tudo! Ele terá amantes, amigos, ideais, urdirá planos e os realizará. Resistirá aos infortúnios e até mesmo às doenças. E se atingido por um desses emissários saberá suportá-lo com coragem e com mansidão. E morrerá, o Homem Lúcido, de causas naturais e em idade avançada cercado pelos seus filhos e pelos seus netos que seguirão a sua magnífica aventura. Pairará então sobre a memória do Homem Lúcido uma aura de bondade. Dir-se a:-Aquele amou muito. Aquele fez muito bem as pessoas!A Justa Lei Máxima da Natureza obriga que a quantidade de acontecimentos maus na vida de um homem se iguale sempre à quantidade de acontecimentos favoráveis. O Homem Lúcido, porém, esse que optou pela vida com o consentimento dos deuses tem o poder magno de alterar essa lei Na sua vida, os acontecimentos favoráveis serão sempre maioria...Porque essa é uma cortesia que a Natureza faz com Os Homens Lúcidos"

*O texto é uma livre tradução, parte de um Tratado sobre a lucidez, que teria sido escrito no séc. VI a.C, na Caldéia – parte sul e mais fértil da Mesopotamia, entre os rios Eufrates e Tigre

domingo, 20 de setembro de 2009

Hiato

Nossa, quanta poeira por aqui...
Mas ainda não á na hora de abrir a casa novamente.
No máximo, uma espanadinha.
Os dias estão breves demais pra verbalizar.
Ou ortografar.
Então, vamos assim.
Dou uma espiadela.
E fecho a janela até o sol se pôr novamente.

domingo, 26 de julho de 2009

Quatro elementos

Eu água. De maré cheia. Em noite de lua rasa. Na trilha íngreme. Curva ascendente. De manhã em claro. Em uníssono. De silêncio quebrado por sussurros. De olhos fechados. Coração aberto.
Mãos espalmadas.
De joelhos.
Em posição de prece.

Eu fogo. De vela crepitando. No som da madrugada. No ritmo de dois corpos que dançam.
Se embaralham. Se emaranham. Se completam.
Mãos inquietas.
De joelhos.
Na posição de pecado.

Eu ar. De brisa leve. Ventos esparsos. Em riso de criança. Pipa voando. No azul profundo.
Cobalto. Marinho. Turquesa.
Mãos amarradas.
De joelhos.
Na posição de castigo.

Eu terra. De solo fértil. Semeada de girassol. Umidificada. Em dois palmos. Regada. Arada. Em ressurgimento. Urgência. Florescendo.
Mãos elameadas.
De joelhos.
Na posição de adorar.

E pés completamente fora do chão.


domingo, 17 de maio de 2009

Universos paralelos

Então é isso. Fim do espetáculo. As cortinas se fecham e voltamos pra coxia a fim de tirar a maquiagem e em dez segundos já somos normais de novo... É, fim de festa. Recolhemos as latas de cerveja vazia, os pratos, os cinzeiros. Empilhamos na pia e dormimos pq amanhã já é dia.

Fim de férias. É sempre meio igual ao beijo que não se deu, é aquele sentimento de pra onde foi a história quando o filme acabou. Mas...



Muita coisa boa aconteceu e não dá mesmo pra colocar neste blog o quanto foi bom ter passado alguns dias no universo paralelo. Sabia que ia ser bom, mas não imaginava nem um terço. Conheci pessoas incríveis, lugares incríveis, bebidas incríveis, paisagens incríveis, comidas incríveis. E o mais incrível é que mesmo em climão de party every day você começa a ver como sua vida pode ser infinitamente mais simples. Férias pra mim sempre tiveram a conotação de raio-x. É aquele momento que tiro pra mim, mesmo cercada de gente e passo a definir mudanças. Na penúltima, troquei de emprego. Na última, decidi que não faria mais concessões a quem só vive a vida a reclamar. Nesta, porém, resolvi que a pessoa mais importante desse meu mundo sou eu mesma e que daqui pra frente só entra no meu mundo quem for mesmo muito especial.



Esta férias, além de um bronzeado invejável, me trouxeram paz, mas um certo desassossego na alma. Quantas coisas precisam ser modificadas. Já. Mais do que isso: me trouxeram a plena certeza de que amizades são como aquele chocolate que guardamos no armário para os momentos mais amargos. Amizade após os 30 têm uma pegada diferente, pq a gente já não experimenta máscaras pras fraquezas. Elas são jogadas na mesa, junto com a conversa fiada e a caipirinha. Sorrimos, choramos, dizemos coisas duras, com certa franqueza mas aquele sorriso de quem acolhe.



Minhas férias foram em trio. Um trio até certo tempo atrás meio improvável por sermos pessoas tão diferentes. Mas olhar de fora o que formamos me enche de alegria e a tal da paz. Em saber que as experiências ali trocadas vão nos acompanhar pelo resto da vida, mesmo que nossas férias nunca mais rolem juntas. Terá sempre aquele código que a gente cria na hora, frases, músicas, olhares.



Cumplicidade...

* Depois posto musiquinha e vídeo e foto e... êeee

sábado, 18 de abril de 2009

Férias

O blog está em férias.
Alice estará pendurada em alguma lamparina pelos lados do litoral baiano.
Até...

´´O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é CORAGEM``

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Toda caixa é de Pandora?

Se você encontrasse agora uma caixa com tudo o que deixou guardado desde a juventude, o que estaria lá dentro? É uma pergunta que vem me atormentando há horas. Quantas coisas podem ter sido embaladas pela covardia? Ou ainda, quantas coisas estão lá porque tive coragem de colocá-las ali para que um dia, talvez, fossem finalmente libertadas? Na minha caixa, provavelmente, tem muitos livros que me acompanharam. Diários de um tempo em que acreditava que folhas secas só caíam no outono, que um amor existia pela vida inteira, que mais tarde as coisas seriam bem mais fáceis. Na minha caixa tem fitas K7 (pra quem não sabe o que é é um dispositivo que guarda as melhores músicas de fossa de sua adolescência se vc nasceu nos anos 70) gravadas da FM, do tempo em que o quarto era refúgio de dias ruins. Deve ter por ali aquela fitinha do Senhor do Bonfim que arrebentou, mas cujo desejo jamais se cumpriu, algumas fotos carcomidas, nas quais já não reconheço a ingenuidade daquele olhar, revistas em quadrinhos, bilhetinhos do correio do amor que jamais foram entregues pelo medo da rejeição. No fundo da minha caixa devem estar as cartas longas, profundas e irrascíveis que escrevi pro menino mais bonito do cursinho de inglês, que jamais se virou na minha direção. Como ele deve estar agora? Provavelmente careca, barrigudo e ainda assim não vai se voltar em minha direção... Tem ali tb umas jóias antiguinhas, presente bem intencionado, porém, equivocado do meu pai. Meu gosto por bijouteria deve ter um cunho psicológico enorme. Só isso pra explicar a minha predileção pelo que vai acabar em qq momento. Se fosse ouro... ah, se fosse ouro duraria pra sempre. Mas como tenho medo do que dura pra sempre. Como aquele tênis incrível que ainda tem um dos pés na cx. Guardei pra lembrar como foi andar com liberdade pela primeira vez. Canetas que jamais usei e perderam a tina, papéis de carta que jamais utilizei para enviar amor, chaveiros que jamais serviram para transportar o chegar e sair, panos que jamais viraram vaidade. Quanta coisa há ali para se lembrar. E esquecer. Se pudesse, o que faria com tudo isso que encontrou? Incinerar? Doar? Restaurar? Será que há restauro para o que ficou enterrado 20 anos? Mas a caixa está ali, na sua frente. Com tudo o que vc quis lembrar e esconder. Que paradoxo é se encontrar consigo mesmo depois de anos de retóricas assumidas e posições radicais. Quem é você, afinal? A poeira daquela caixa ou o que fez após a tampa?

Divide aí comigo
Pra imaginação rolar solta, uma música que faz parte da minha caixa em quadro negro.

domingo, 22 de março de 2009

´´ Just 'cause you feel it doesn't mean it's there``



Me arrepiei. Sério. Não que faça a adolescente loka por ídolos, mas seguindo a mesma linha: foi irado, brother!

Não ia ao show. , R$ 200 pratas, fim de mês... Paguei R$ 300 pra ver a namorada de Jesus e só a vi pelo telão. Sim, foi incrível, mas R$ 300 são R$ 300. Decidida estava a beber num boteco na noite de sexta até voltar do bandeijão da firma. Pra quem não sabe, trabalho aqui no Rio num prédio mt próximo à Pça da Apoteose. No último plantão praticamente ouvi todo o set list de Iron Maiden na passagem de som.

Bom, mas na sexta, ao entrar na redação ouvi algo mt familiar: os primeiros acordes de There There . Sim, gte tá tocando! Caralho!!! Radiohead fazendo serenata no meio da tarde. Agora vou ter que ir, disse.

me virei nos trinta. Ou melhor em R$ 150 e comprei o ingresso.

Primeiro Los Hermanos, blasé, low profile e entediados como sempre, mas com um naipe de metais de outro mundo. Depois, Kraftsguenis, por mim totalmente dispensável. E, finalmente, os ingleses!!!!!!!!!! Na segunda ou terceira música, não me lembro por causa da chapação etílica, ouço Thomas Edward "Thom" Yorke pronunciar: There There

IEAH!

Cara, entrei em transe, olhos fechados, deixando que aquele som, que já foi trilha para tantas aventuras e desventuras, se apossasse de mim. Parece estranho, mas foi assim que me senti: servindo de cavalo pra que a música tomasse conta da minha pele. Uma viagem incrível. E, não, não havia tomado nada além de cerveja. Se humana fosse, Alice certamente escolheria There There como tema de suas andanças pelo País das Maravilhas. Soturno, sombrio e lascivo.

O resto foi ótimo tb. E eles até tocaram Creep (sim, eles tocaram!). Ouvi já lá de longe, assim como está longe aquele tempo em que ouvia a letra cantada por um grande amor que o tempo levou. definitivamente, naquele tempo Alice não existia. Ou estava apenas adormecida...

´´ Just 'cause you feel it doesn't mean it's there``

segunda-feira, 16 de março de 2009

A primeira vez que não te vi

A primeira vez que não te vi não percebi aquele seu olhar atravessado, enviezado
Na direção do nada
Na direção do tudo
A primeira vez que não te vi não pisei na sua sombra sem disfarçar meu acanhamento
Sorri ao vento
Com batom nos dentes
A primeira vez que não te vi não esbarrei em sua perna e não pedi desculpas, não disse adeus
Até breve
Até nunca mais
A primeira vez que não te vi gostei da sua boca proferindo palavras tolas
Ferindo a língua
Em frases vãs
A primeira vez que não te vi entendi seus pensamentos ordenados em fichas de tópicos
Com acentos
E defesas
A primeira vez que não te vi não acreditei em fantasmas do passado presente
Em tempo
cronológico
A primeira vez que não te vi não aceitei facilmente seus elogios e questões
Esporádicas
Misteriosas
A primeira vez que não te vi nao olhei pra fotografia que fez de si mesmo ao
Se esconder
No espelho
A primeira vez que não te vi te reconheci por seus medos e receios
De se abrir
De existir

sexta-feira, 13 de março de 2009

Volta, Alice!

Alice, o que houve?
Po, caí num buraco, topei com o dedo num paralelepípedo e fui parar na fila do SUS.
Td isso procurando o gato?
Nada... o gato sempre me dá rasteiras
Já devia ter se acostumado
E eu lá me acostumo? Meu negócio é permanentemente correr atrás desse gato adepto de substâncias ilícitas
oi?
só pode né? já viu aquele sorriso trincado?
é um desenho, Alice...
Então tb sou, oras.
Não, vc é diferente. Mas penso que deve estar meio trincada ao subir no lustre tb.
eu gosto de me imaginar na tela do cinema
vc e seus devaneios de mocinha
prefiro heroína...
vc tá mais pra vilã, eu acho
Não tenho maltratado ng nos últimos tempos...
Pq quer...
Não, pq não quero.
Vc sempre gostou...
Estou diferente, to dizendo.
Quaresma...
É, minhas artimanhas já não surtem efeitos
bombásticos...
calóricos...
Empíricos
Que falta faz um rodamoinho
Era Doroty, Alice
Somos primas.
Ela ao som de Pink Floyd. Eu, de Radiohead. Quer ver?
Alice, desce do lustre!


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Pra fechar a folia!

Quem é você?

Adivinha se gosta de mim

Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim:

Quem é você, diga logo...

que eu quero saber o seu jogo

que eu quero morrer no seu bloco...

que eu quero me arder no seu fogo

Eu sou seresteiro, poeta e cantor

O meu tempo inteiro, só zombo do amor

Eu tenho um pandeiro

Só quero um violão

Eu nado em dinheiro

Não tenho um tostão...

Fui porta-estandarte, não sei mais dançar

Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar

Eu sou tão menina

Meu tempo passou

Eu sou colombina

Eu sou pierrô

Mas é carnaval, não me diga mais quem é você

Amanhã tudo volta ao normal

Deixa a festa acabar,

deixa o barco correr,

deixa o dia raiar

Que hoje eu sou da maneira que você me quer

O que você pedir eu lhe dou

Seja você quem for, seja o que Deus quiser

Seja você quem for, seja o que Deus quiser


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Segura, Berenice *

Já me deparei com doido de tudo que é tipo nessa vida. E como isso aqui tá meio paradones... Bueno, Baby Boy sumiu. Ainda em 2008. Tava numa vibe assim meio IURD, diria. Um belo dia, me manda um email com a seguinte frase:



Desculpa por tudo.



Bom, por alguns segundos tentei entender o mea-culpa. Não saquei. Não estávamos namorando, não tínhamos compromisso, a última noite/manhã tinha sido mega satisfatória para ambas as partes, não havia cobrança. Fui ler o resto.



No blablabla habitual, baby Boy diz que é estranho e eu já deveria saber disso.



Hum, ok. Eu sabia. Mas até curtia. O problema foi o moço dizer que ia dar um tempo da bebida, do cigarro, da música, das saídas. Pensei: putz, baby boy virou um old boy e isso não me permito. Natal, Baby Boy liga fofo. Ok, nos vemos antes do ano-novo. Mas baby boy teve recaída e foi pra rehab outra vez. Como decidi deixar td que é oferenda pra iemanjá em 2008 mesmo, despluguei e mandei mentalmente um bejotevejonoegito.



Máque fuço daqui e ali e descubro que Baby Boy estampava um namorando no site de relacionamentos. Na hora achei estranho, meio piuipiui piuiabacaxi choc choc choc choc por aí. Nada disse. segui fazendo a egípcia.



Mas dia desses mandei um email reclamando uma satisfação. Ah, mandei. Tava sem pique pra manter a analisada e concluída. E a resposta de Baby Boy veio. Mais um mea culpa.



Vc acha que eu iria sumir por esse motivo (namorada)? Não, comecei a trabalhar ZzzzzZZZzzzZZZZzzzZZZZZ... ZzzzzZZZZZzzZZZZZZzzzZZZZz...



bocejos múltiplos.



Caralho, qual o problema em dizer:

é isso aí, mermão, to namorando aquela mina mas nao sei se ela me namora...

Se sujeito homem eu fosse, faria isso. Como mulherzinha já faço...



Na sequência (sem trema), celular toca. Ex-peguete cujo celular só faz ligações a cobrar liga.

Dlondlondlondlon dlondlondlon dondondlon



Liguei de volta do sirviçu.



Hum, oi... diga...

Po, só pra te avisar que to de bobeira a semana toda. de manhã e à tarde...

Hum, tá de férias?

Não, troquei de trampo. To na entressafra.

Po, bicho, sexo diurno tá complicado... dá um perdido aí (ele tem namorada. ô novidade...)

Hum, dificil.

É. Pena . Mas se quiser só assim tsá?

Amanhã?

Te ligo...



cri

cri

cri



aí me pergunto que mal fiz eu a Deus, Budha, Iemanjá...



* O título desse post é em homenagem a todos os doidos desse mundo. Veja abaixo pq. E segura Berenice, pois de nada mais me lembro!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Sonhos de uma tarde de verão

Sorver
Sorver-te
Sorvete
No céu da boca
No fundo da garganta
Muda
Melada
Dilatada
Enxarcada
Enxerida
Derretida
Maculada
Não falo
O falo
Desprotegido
Constante
Desconexo
No céu da boca
Que arde
E se inunda
Da tarde
Lasciva
De sol
De verão

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

O vira




E foi uma virada incrível!
Uma virada de ano. Uma virada de noite.
Uma virada de sentimentos.
Uma virada de cabeça.
Opa!
Uma virada de amor.
Uma virada de inúmeras gargalhadas.
Uma virada de página.
Uma virada de copo.
Uau!
Uma virada inesquecível.
Uma virada de paz. Uma virada merecida.
Uma virada aos 45 do segundo tempo.
Uma virada de carinho.
Oba!
Uma virada no mar.
Uma virada no céu.
Uma virada no calendário.
Uma virada de mundo.