terça-feira, 15 de julho de 2008

Pra me chamar de sua



Essa música fala de coisas inerentes a mim, a muitas de nós. Alguém duvida de que uma mulher é capaz das mais loucas aventuras - e até desventuras - para se fazer apaixonante? Imagino que não. Tão insanas, tão vorazes, lúdicas. Fadas que não usam varinha de condão. Seres da noite...Do dia. Onipresentes... A todo minuto imaginamos o que fazer, como executar. Surpreender é mais significante e aterrador que simplesmente abrir a caixa de Pandora. E nesse caso, nem todos os males do mundo saem de uma vez. Bruxas pequeninas com seus caldeirões evaporando poções de amor intransitivo. Que transitam pelo mundo de seus pares entranhando, divagando, estranhando. Uma bailarina em tule de sedução encantada de cor de anis seduzindo de sapatilha sem ponta. Somos tudo o que queremos e nem podemos ser. Somos tudo o que o outro precisa e nem sabe. Mas nós sabemos. Com desespero, desesperança e desatino. Pintadas de ouro delineadas em carvão de estado bruto. Diamantes lapidados com observância e apreço. Um risco pra se fazer entender nas entrelinhas. Um texto pra se dizer sem reticências. Uma música para encontrar todo o significado da alma. Um sopro para erguer o corpo no gozo imediato. Mestres de si mesmas ensinam, lêem os pensamentos, advinham o passado. Capacitadas e adornadas de inteligência vil e crueldade na medida do esperado. Um bicho de peçonha acuando sua presa. Sem pressa. Sem demora. Sem desistência.

Quando me apaixono, não tão raro, me entrego e adormeço no outro. Escrevo cartas pra mim mesma. Me afogo em discos, elejo uma música, uma voz que vai m acompanhar por aquele trajeto rumo ao desconhecido e desconcertante mundo no espelho. Não me preocupo em usar outras armas que não sejam a disposição e a disponibilidade pra hibernar na paixão mesmo que seja por uma noite, um dia, uma hora. Não há paz no coração de uma mulher que se fecha para a paixão. Não há suspiro, ofegância, dissonância. Me transformo em abelha rainha, que adocica e fura o tímpano com zumbidos de gentileza e sorrisos maldosos. Escalo montanhas, jogo cartas, converso com o Dalai Lama. Tudo o que não é possível é fácil neste estado de torpor que inebria a rotina. Nas asas da borboleta o colorido de uma improvável lagarta. Nos olhos a alma do outro. Gosto dessa sensação de ter cada dia pra recontar uma história diferente. Como loucos poetas em seus brados no meio da rua. Quero que todo mundo saiba e reconheça o amor sem tamanho que há em mim. Que o mundo se reconheça em mim. E que ele apenas adormeça em mim.


7 comentários:

Alice Abreu disse...

teu blog é muito massa

O Equilibrador de Pratos disse...

Claire?

Eu sou o contrário. Me fecho sentimentalmente pro resto do mundo quando to gostando de alguém. Pouco me importa se sabem ou não. E o texto... o texto tu sabe, né?
Beijo
Sacamano

T. disse...

querida... pior que não teve desdobramento.
sou apaixonada por um, estou tentando conquistar o amor de outra para a vida ficar mais fácil, mas essa história ainda vai looonge. hehehehehe

Alex&Elisa disse...

Adorei seu comentátio no nosso blog! Mto obrigada pela visita... Seu Blog é massa mesmo!

Elisa.

Alex&Elisa disse...

Linke-nos! Que bom que gostou... Volte todos os dias! =)

Elisa.

Alex&Elisa disse...

Muito bom o texto...me identifiquei em alguns momentos, em outros nem tanto...mas impossível não se afetar pelo conjunto...

Muito bom mesmo...quando eu me apaixonar, quero que seja intenso assim...mas cheio de boas risadas...hahaha

Beijos do Alex

Guara disse...

fiquei impressionado, pois hoje tomado de nostalgia, lembrei-me da minha mãe que já se foi há algum tempo, e sei lá porque procurei o nome dela -- ALICE ABREU --- e encontrei várias citações. Felizmente vi teu blog, e gostei do que escreveu. parabéns Alice Abreu- mais viva do que nunca.